Uma das grandes facetas da dita boa literatura é a atemporalidade, ou seja, a capacidade de ser apreciada em vários momentos da história e por gerações diferentes. E uma das garantias da atemporalidade, especialmente em tempos de “blogalização”, é a velha e darwiniana capacidade de adaptação.
Primeira publicação interativa brasileira para iPad, o livro A menina do narizinho arrebitado parece estar se adaptando bem aos novos tempos. Lançada 90 anos depois de sua primeira edição impressa, a versão eletrônica para iPad traz novidades, como a possibilidade de interação com elementos da tela. Conforme explica Mauro Palermo, diretor da Globo Livros, “Em uma das passagens, durante a noite, o leitor clica com a ponta dos dedos na tela do tablet, em cima do desenho de um vagalume, e, ao arrastar o personagem, ilumina as áreas onde está o texto”.
O e-livro foi apresentado na 21a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que ocorreu em agosto de 2010, e terá uma versão gratuita e uma paga – esta poderá ser adquirida na AppStore do iPad e nas livrarias virtuais Saraiva e Gato Sabido.
Foto: g1.globo.com |
A novidade é mais uma prova de que, em literatura, nada se acaba, tudo se transforma.
4 comentários:
Fiquei curiosa para ver esse efeito com o vagalume. A capa está bonita. Que bom que bons livros da literatura estão ganhando essa versão eletrônica e não somente os de auto-ajuda, "business" e para estudar para concursos.
Acho que a coisa verdadeiramente interessante nessa discussão é o barateamento no armazenamento (bits) e na distribuição.
Um lançamento de um clássico em português para um tablet revela uma estratégia de atrair editoras e outras publicações brasileiras a investir em uma versão ipad, como por exemplo jornais.
O Kindle, por exemplo, (bem inferior ao IPAD) se destaca na incrível maneira de distribuir conteúdo, onde é possível assinar diferentes jornais e recebe-los pela manha em uma rede 3 g disponível para o local, sem estar preso a uma loja virtual.
Cat, concordo plenamente. Acredito muito no potencial dos e-livros (inclusive, já li vários).
Toin, concordo contigo também, apesar de achar que o hábito da leitura impressa não vai sair de cena tão cedo. Mas, como já disse (e pelas razões que você explicitou muito bem), acredito muito no potencial do e-livro.
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