quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Declaração de amor
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Tradução
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
sábado, 12 de novembro de 2011
Terça-feira Ingrata
domingo, 30 de outubro de 2011
À morte de um amigo
Senhora de tudo não viste
As faces molhadas.
Na madrugada, partiste
E levaste
O que, estranhamente, inda existe.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
A casa de subúrbio
Meu amanhecer, eu achava
Que o sol se escondia atrás do muro
Do muro lá de casa.
Uma casa de subúrbio, afastada,
Que não tinha nada
E era um mundo.
Ao crescer alguns segundos,
Percebi que o sol era mais longe
Mais longe do que tudo.
E a casa de subúrbio, afastada,
E que era um mundo,
Converteu-se em nada.
Pulei o muro, corri estradas
Atrás do entardecer desses subúrbios,
Entardecer que me encantava.
Encontrei mundos, uns muito
Outros nada,
Todos cercados por seus muros.
Hoje, ao passar por essa casa,
Como encontrasse um brinquedo esquecido
Esquecido na calçada,
Reencontro um sorriso indefinido
Do futuro que virou passado
Nesta casa de subúrbio.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Isabella entre as flores do jardim
sexta-feira, 1 de julho de 2011
A solidão ao ler Pessoa
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Mundo Contemporâneo
Sem título. Theo Costa. |
sexta-feira, 3 de junho de 2011
A velha no portão
sábado, 21 de maio de 2011
A peleja do Leão da Ilha contra a Cobra Coral – Canto II
E o que conta, um lembrador
Que se lembra e não se cansa
De contar com ardor.
Com a fé e a esperança
A verdade ele alcança
Esteja ela onde for.
Cante o causo o contador.
O causo é o Santa Cruz
Tornado o campeão
Num domingo cheio de luz
Pra quem é da “multidão”
A torcida faz jus
O time todo reluz
E ofusca o Leão.
O causo cante o cantador, então.
A tranquila cobra coral
Entrou em campo na vantagem
Podia jogar mal
E perder de 1 na contagem
Que chegaria ao final
Campeão estadual
Sem maior atropelagem.
Cante o causo o contador, sem fuleiragem.
O Leão até tentou
Chegou avante alguns momentos
Mas o gol não logrou
E a luta virou tormento.
Quando o jogo se acabou
O tempo se fechou
E o campeonato teve encerramento.
Cante o causo o cantador atento.
Futebol é uma paixão
Que provoca debate
Discute-se com a razão
E não se faz alarde
Santa Cruz é campeão
Mas da torcida do Leão
Eu ainda faço parte.
O cantador que cante sua arte.
Porque triste é a torcida
Que não tem pra quem torcer
Aí fica na peitica
Só dizendo por dizer
O Leão merece a zica
Porque hexa ele não fica
Disso não quero saber!
O cantador que cante causa rica.
Mas a verdade também existe
Na opinião de cada qual
Assim sendo, triste
É o fim de qualquer final.
Pra uns, é fazer chiste
Pra outros, comer alpiste
E levantar sua moral.
O cantador que cante o que assiste.
Termino essas sextilhas
De maneira seminal
A Série B já se engatilha
É preciso não acabar mal
(futebol é armadilha).
Assim foi a peleja do Leão da Ilha
Contra a Cobra Coral.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
A peleja do Leão da Ilha contra a Cobra Coral
quinta-feira, 5 de maio de 2011
10 dicas quentes para você mandar bem no mundo contemporâneo
1. Tenha um emprego cool. Designer, membro de banda de rock, blogueiro de sites de turismo, cineasta, artista plástico e coisas do gênero são empregos cool. Mas atenção: revisor técnico do trabalho do designer, roadie de banda de pagode, técnico em turismo (leia-se vendedor de passagem aérea), pintor de parede e ghost-writer de biografias de famosos desconhecidos não são empregos cool, são empregos cu mesmo!
2. Mantenha seu visual atualizado, assim você será cool e in. Lembre-se que qualquer combinação é válida, desde que você consiga explicar paras as pessoas que estão morrendo de rir o porquê de você estar usando tal roupa.
3. Reserve sempre um tempo para a diversão. Tomar cerveja com amigos, faltar o trabalho um dia para ir ao cinema, caminhar no calçadão ou mesmo aqueles 10 minutinhos lendo no banheiro são atitudes saudáveis que podem ajudá-lo a suportar o estresse. Só tenha cuidado com algumas atividades: contemplar o pôr do sol emocionado, fazer um pedido ao ver uma estrela cadente ou assistir a programas de auditório de pijama e pantufa são tanto quanto demodê.
4. Tenha sempre pizza e cerveja na sua geladeira, para quando os amigos chegarem, ou um vinho no mínimo mediano com alguns queijos, para quando aquela pessoa aparecer.
5. Mantenha-se bem informado. Isso pode significar “desconfie sempre”. Tipo: 10 anos perseguindo o cara; bilhões de dólares investidos; homens, mulheres, híbridos e crianças de todas as religiões mortas por bombardeios, e o cara vem com umas de “jogamos o corpo no mar em respeito às tradições islâmicas”!? Era melhor ter contado aquela outra, em que não só o Bin Landen, mas também o Seu Rabim se foderam no ataque.
6. Pratique a paciência e a tolerância. Há várias maneiras para fazer isso: dirigir no trânsito do Recife, ir ao banco, ligar para a operadora para cancelar um serviço, acompanhar o cenário político, etc.
7. Mesmo que você seja totalmente uncool e não faça parte de uma banda de rock, tenha uma guitarra ou uma bateria em casa. Nada é tão gostoso quanto praticar a paciência e a tolerância se vingando de seu vizinho barulhento, que fez festa (guerra?!) o domingo inteiro, com o som nas alturas tocando o hino do clube arqui-inimigo do seu.
8. Pratique esportes. Aconselho natação. Aumenta a resistência física, previne doenças respiratórias e ainda melhora sua mobilidade no Recife.
9. More bem, o que não significa more em um lugar caro. Observe que, com a lei seca, o aumento de violência, o aumento de notícias sobre violência e a internet, dentre outros fatores, cada vez mais fica-se em casa. Assim, coisas aparentemente sem importância, como tapetinho e almofadas de frente para a TV, terracinho da conversa, sala de leitura, espaço para criatividade e um quarto escurinho são imprescindíveis para uma boa morada.
10. E, finalmente, o mais importante: visite sempre o Diário das Marés. Mesmo que você não siga nenhuma das outras dicas, o simples fato de você citar o blogue em alguma conversa, seja ela no bar, num evento científico, num encontro romântico ou mesmo num entrevista de trabalho, vai fazer você mandar bem demais nesse mundo contemporâneo.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Fim de Sábado
quinta-feira, 24 de março de 2011
10 motivos para odiar o trânsito do Recife
Celular, às 7 da manhã |
Vikings em rua alagada do Recife |
E todo o trânsito parado |
Fonte: www.ivancabral.com |
terça-feira, 15 de março de 2011
Notícias do Centrão
Bravura indômita. Fonte: Internet |
sexta-feira, 4 de março de 2011
Formas e informes
Exibir forma: esse é o privilégio de todo conteúdo. E quem tiver olhos para enxergar o conteúdo por trás da forma considere-se iluminado, potencialmente livre de preconcepções errôneas e juízos de valor equivocados.
Começo a crônica com essa conclusão. Sempre me achei um cara descolado, capaz de enxergar pontos de vista -- o que habitualmente me rende bons frutos: amigos estão aí para comprovar. Mas desta vez foi armadilha: uma fila imensa, trinta minutos sentado num banco razoavelmente confortável, o som monótono do dispositivo eletrônico indicando a próxima ficha a se dirigir para o caixa e o inevitável sono contagioso das salas de espera. Pouco para quem deseja emoções. Estas só vieram com a chegada dele.
Entra o cara: boné com nome de grupo de funk (não cito nomes para evitar processos), camisa da inferno coral (nada contra a torcida, ela na dela e eu na minha), bermudão surfista de subúrbio (tenho vários desse), bigodinho à Latino. Perdoem-me o ranço classicista pequeno-burguês, mas dentro de um banco, em pleno século XXI, às vésperas do Carnaval e de você sacar dinheiro na boca do caixa, toda alma é cinza (para não dizer sebosa).
E lá vai ele posicionar-se perto dos caixas, local privilegiado para levantamento de quantias alheias. Desconforto geral, só aliviado pela surpresa: apesar de chegar depois de quase todos ali, foi atendido rapidamente. Sacou seu dinheiro, guardou-o no bolso e -- oh!, como é isso?! -- pediu licença educadamente a uma senhora parada bem na porta giratória.
A pancada final veio em seguida: ofereceu sua vez na porta giratória a uma mulher que entrava. E aí veio a iluminação repentina, que me ensinou algo a mais sobre as formas: a dele era apenas uma defesa.