A toda hora, por estradas, ruas, portas abertas...
Espremidas nas calçadas, penduradas nos apartamentos.
Contando histórias de lástimas e prazeres
— o que somos, além da metáfora de nós mesmos?
Amigos de longas datas se perdem nas agendas lotadas.
Amores eternos não duraram catorze versos,
E os próprios sonetos adormecem,
Como os sentimentos que repousam numa rima passageira.
Mas não há remédio:
É preciso ir, sempre.
Amanhecer novas lembranças,
Desaprender mágoas antigas,
Chorar outras feridas,
Aprender com o tempo redesenhando os espelhos.
E é tão imperioso ir
Que há, em cada ausência,
Um exercício de vazio insubmisso
Reinventando a permanência.
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