Nem só de estupidez
São os atos estúpidos.
Pergunte a quem
fez:
“Doença grave se avizinha;
Que faremos, capitão?”
“Nada! É uma
gripezinha!”
“Mas mata aos
montes
Nos países por
que passa.”
“Conversa da
imprensa, trapaça!”
“Senhor, estão
os nossos a morrer;
Em breve, serão
pilhas.”
“Milagres, não
posso fazer.”
“Senhor, não
seria razoável
Nos precavermos
com vacina?”
“Jamais! Temos
cloroquina!”
“Mas, senhor, que
funcione
Não indicam as
pesquisas.”
“Pouco importa!
Vale a futrica!”
“Precisamos de
medidas profiláticas.
O senhor deve
liderar a nação.”
“Pronunciarei
contra máscaras
E em prol da
aglomeração.”
“Indiligente! Morte
o povo sofre
Faltará
oxigênio...”
“Não pra quem
não é pobre.”
“Desalmado!
Como... Como
podes ser tão
vil?”
“Cala, ou
processo ponho-te!”
“Não te abala
Que mal faças?”
“Cala, que me
pagas!”
“Foges ao dever!
Te acovardas! Prevaricas!”
“E tu és um
maricas!”
“Governadores, a
ti,
Pedem ajuda.”
“Mimimi.”
“Insisto,
capitão: a ti
Recorrem os que
precisam.”
“E daí?”
“Ainda uma vez,
mandrião:
Acode os
hospitais!”
“Cancelei o kit
intubação.”
“Clamam-te
mito, és um rato.
Serás julgado tempo
além.”
“Para livrar-me
de tal fato
Ponho a culpa
em alguém.
E se ainda me
afrontas
Com termos de
baixo calão
Sejam tais
palavras tua perdição:
Processo-te por
ferir-me a honra.”
“A honra? Que
honra, ressentido?
Ditador, pulha,
alma decaída,
Delinquente, asno,
pequi roído,
Cretino, parvo,
genocida.”
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