Esses dias andam cheios
De papéis, de contas, de procuras e respostas insatisfatórias,
Cheios de pouca vida.
Os caminhos, nesses dias, são de chuva e sol
— inutilmente chuva e sol, quando há apenas uma sala e uma máquina conectada à rede
E tão só restos de felicidade espalhados no tempo.
Neste momento, por exemplo,
Este poema é um parto obscuro
Que escondo dos meus consortes,
Mergulhados que estão nesses dias
E na anotação de seus êxitos.
Então eu lhes peço licença
— a esses dias que me desejam atarefados —
Para beber cerveja e fumar erva,
Contemplar a praia, o riso das pessoas,
Cantar um samba que nem sei.
Mas ainda isso não me evitaria máquina.
Pois nas fábricas de cerveja e nas plantações clandestinas
Esses dias andam cheios de papéis, fazem contas,
Perguntam pelos cantos sobre a hora de ir embora.
Somos, em tudo, engrenagens
Dessa imensa fábrica implacável de felicidade.
3 comentários:
As máquinas distanciam mas também aproximam. Computadores, veículos, câmeras..até a máquina de ultrasom aproxima a mãe do bebê que nem nasceu...Vamos aproximar os amigos através das nossas máquinas que param o tempo, pra jogar conversa fora, ou pra jogar fora a falta de tempo, quem sabe na sexta, naquele bar do mané, ou fazer diferente, chamar o andré ir à livraria e tomar um café....vamos nessa...
André.
rsrsrs theo é uma onda .
Concordo com Theo e André: quem escreve nossa história somos nós (ainda que poucos a leiam!).
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