quinta-feira, 28 de maio de 2020

O espelho que há na noite


Quando despertar a alta madrugada

Na contramão dos relógios ocupados

Veste em ti o homem insondável

E adentra resoluto as incertezas

 

Contempla o mistério urdido

No eco das palavras arbitrárias

E como colhesse a erva e o trigo

Arranca do escuro as cores impensáveis

 

Para compor teu espelho irrevelado

Imagem que furtiva te decifra

Quadro retocado do teu rosto

 

E rosto e quadro retocados

Ressoa à sombra teu repouso

Na espera e limiar do próximo traço.


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