quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Um tipo de amor


Há um tipo de amor
Que não termina
Transforma-se em ruína
E vai morar no desamor.

Esse amor, que se senta na sala
Bebe cana na cozinha
Arruma as malas
Volta no outro dia
E se cala...

Amor que leva tapa
E desrespeita a autoestima
Que se empapa de aveia
Seca o néctar da alma
Não se acalma nem depois do gozo...

Amor que se sublima
Na forma canina:
Servidão, idolatria...

Uma porra de amor
Que não acaba
Nem quando termina...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Bailarina


Dança dança dançarina
Na doçura da infância
Bela bela bailarina
Que me perco na tua dança.
Dança dança de menina.

Dança dança dançarina.

Na sutileza dos teus sonhos
Crescerão ainda
Outros sonhos mais risonhos
Em tablados indistintos
Bela bela bailarina
Que meus olhos acompanham.

Dança dança dançarina.

Que tua dança são meus olhos
Como livres passarinhos
Que tua dança me acolhe
Como o voo da tardinha
Bela bela bailarina
Com sua dança de menina.

Dança dança dançarina.

Tua dança é um ato
De felicidade
Um encanto
Uma vontade
De eternidade
Bela bela bailarina
Nos braços da tarde.

Dança dança dançarina

Que o mundo se aproxima
Com seus braços de gigante
Que o mundo tem mil planos
Todos destoantes
Que o mundo são anos após anos
Tornando-se distantes
Que o mundo é um mar
De marasmos tediantes.
De tempestades passageiras
E noites sem estrelas.

E também risos e besteiras
Flores azulinas
Felicidades soalheiras
Que a vida ilumina
Para tua dança, dançarina,
Ser alegre como a tinta
De um céu a alvorar-se

E o mundo há de maravilhar-se
Com teu baile de menina.

Bella Bella bailarina.

sábado, 14 de julho de 2012

Haicais



I
A árvore agita
Seus galhos na janela.
Pintura viva.

II
A flor vermelha
Sangra a paisagem.
Terna violência.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Fortaleza longínqua


O passado é um retorno
Na avenida dos pensamentos
Contra o fluxo do movimento
Vai o passado e seus entornos.

Uma paisagem é uma lembrança
Uma lembrança é uma via
Uma via é uma instância
No trânsito das coisas que havia.

E foi nessa rua distante
Equação do tempo-espaço
Que me vi pedestre de ontem
Pelo caminho de cada passo.

Entrando na Fortaleza de outrora
Cidade de vias infantes
Pois as vias que existem agora
Não são as mesmas que existiam antes

Encontrei antigas passagens
Caminhos que compuseram jornadas
Os muros eram paisagens
Que passam na beira da estrada.

E, defronte daquele portão,
Da casa em que vivi
Buzinou a comoção
Dos caminhos que perdi:

A mão envelhecida do meu avô
Apontado o horizonte anoitecendo
Seu carro já parou
E ele ficou no acostamento.

Nunca mais essa estrada
Me levará nos braços
A despedida antecipada
Se resume num abraço.

Outros viandantes
Cruzam meu caminho
Amigos, parentes, irmãos distantes
Cada um em seu destino.

Tento alcançá-los
A rua é uma pressa
Andam apressados
Como eu ando depressa.

Uma rápida conversa
Fotos que se esquecerão
E cairão logo dispersas
No tumulto da multidão.

Estas ruas, todas,
Serão atalhos para minha infância
Sempre conterão as agora tolas
Minhas brincadeiras de criança.

Mas, olhando a rua e sua estreiteza,
Percebi o quanto cresci.
E reparei também que esta grandeza
Não me deixa mais caber ali.

Peguei o ônibus da tarde
Com destino às ruas do presente
Fortaleza agora é uma saudade
Com uma placa me dizendo “Volte sempre!”.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Poema de São João


No interior, no São João,
Acendem-se fogueiras iluminadas
Uma e outra consumindo a noite
Fantasmas de luz na madrugada.

Queimam solitárias as fogueiras
Rosas de fogo nas calçadas
Soltando pétalas de faísca
No jardim do céu esfumaçado.

Famílias reunidas em cadeiras
Comungam histórias do passado
Bebe-se e come-se a noite inteira
A mesma noite dos apaixonados.

No fim da rua, numa praça,
Há um palhoção para dançar
No meio, um homem morto já não dança.
A tragédia também é parte da festança.

Assim foi um São João da minha infância
Que, distraído, dei por recordar
Longe dos vizinhos — que a intimidade
Não me deixa repartir lembranças
                                           nem um bolo de fubá.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Chuva


Chuva fina
Que cai agora
Monocromático cinza
Tempo sem hora.

Não és sina
Nem saudade, nem espanto
Nem sequer poesia.
Apenas um manto
líquido
Sobre a casa vazia.

Chuva fina
Que cai agora
Demora indefinida.
A manhã se desdobra
Em teus braços-neblina.

Na janela vazia
À sombra do vento
Minha alma tardia
Devora o silêncio
Que há em ti,
E só em ti,
Chuva fina que chora
E que cai agora.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Maria*

Um dos contos vencedores do II Prêmio Maximiano Campos de Literatura, publicado no livro O talento com as palavras.


           
             — Maria — eu sussurrava teu nome quando desliguei o aparelho de TV que roubava minha madrugada. — Já é tarde, Maria, e eu vou me deitar neste silêncio de tantas portas, a maioria fechada ou despercebida; eu vou tentar ouvir todas as músicas do mundo nessa quietude, eu vou terminar aquele poema que nunca comecei, só para fugir do medo do silêncio.

            Eu sussurrava — Maria, onde estão nossos pecados? No desejo, na inércia da noite, nos escritórios ou nas fábulas que encenamos pela vida afora, sem plateias?

            O rubi que tu me roubaste, Maria, era do tamanho de meu coração, de uma taça de vinho, e o meu coração era do tamanho do teu sexo; o meu pensamento, e eu sei que já era tarde, cabia na tua boca, enrolado na tua língua que dizia: — Desculpa, meu amor.

            — Desculpa um caralho!

           — Não precisa ficar nervoso. Olha, tudo vai ficar bem. Esse amarelo no crepúsculo é só a hidra do tempo.

            — É tarde, Maria. Não há mais tempo.

            Talvez tu não soubesses que era tarde para o perdão e cedo para o pecado; que meus olhos estavam cegos pela navalha flamejante de teus dedos quando me acariciavam o cabelo; que aquele telefonema não era nada! Eu só te via renascer dos meus pulsos que pingavam a água infinita de Deus; tu, enraizada na minha carne, cravada na pedra dos meus poros, da minha pele, como uma tatuagem depravada… “Porra! Para com isso! Nada vai ficar bem!”

            — Assim não dá pra conversar!

            — Me devolva… Me devolva os cacos do idiota que eu fui, acreditando no sorriso pálido das tuas mentiras, hahaha… Das nossas mentiras.

— Não precisa gritar…

— Eu grito! Eu grito porque sei que mais tarde eu vou sussurrar o teu nome.

Mas eu não vou te dizer isso agora, não. Eu vou apenas abrir essa porta para saber o que há do outro lado da cama. E na ebriedade de meus pulsos lambuzados de vinho amargo, vou deixar teu nome sussurrado nos rastros dos azulejos, profanados pela ausência de teus orgasmos, dizendo:

— Maria, é tarde, Maria.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Tradução*

A porta no escuro 
Robert Frost



Indo de sala em sala no escuro,
Para salvar minha face tateei cegamente,
Não atentei, porém, embora levemente,
Em fechar meus dedos e braços com apuro.
Uma porta magra atravessou meu descuido
E me acertou na cabeça golpe tão duro
Que meu semblante nativo ficou confuso.
Então, pessoas e coisas não são mais semelhantes
Às que elas costumavam se assemelhar antes.


The Door in the Dark 
by Robert Frost

In going from room to room in the dark,
I reached out blindly to save my face,
But neglected, however lightly, to lace
My fingers and close my arms in an arc.
A slim door got in past my guard,
And hit me a blow in the head so hard
I had my native simile jarred.
So people and things don't pair any more
With what they used to pair with before.


* Há tanta interferência minha no poema que nem sei se posso chamar de tradução. De qualquer modo, eis o esforço. 


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Porta de saída


Logo ali há um silêncio
Bebendo cerveja, fumando pedra,
Acumulando compras, gritando ao vento
— Também há berro no silêncio.

Uma pessoa nula
Uma muda que não vingou
A desesperança compartida nos jantares de família
— Silêncio é maior que a voz antiga.

Logo ali, de mãos dadas com o trivial,
Há um silêncio
Guardando uma porta de saída.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Vaga-lumes


Não há por que falar
Sobre os ermos em mim.
A meu respeito, pouco interessa.
Em todo caminho há solidão.

Não há voz que interprete meus voos.
E mesmo se houvesse
Tivera eu a chance de desprezá-la, faria.
Porque meus ouvidos estão cansados
Desses dizeres de abismo
Com que mergulhamos na noite.

Basta-me ser parte nesse instante
E cavalgar, com passos distraídos,
A complexidade de um silêncio
E o espetáculo dos vaga-lumes.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Meu túmulo


E então projetei minha sombra eterna
Sob as sete mãos acolhedoras.
Não mais triste ou alegre, apenas fui
Levando trapos da canção materna.

E então fechei as portas que inadequavam
Essa matemática inconsistente.
Apenas fui. Triste, contente...
Sumido ao mapa paralelo ao mar.

Mas ouvi, no último instante, um ruído de terra
Sobre minha casa. Percebi sua grandeza.
Não física. Análoga. Encerra-se
Como eu: enorme, a guardar poeira.

Inerte. Era agora, por acaso, desejo
De mover-me. Tarde indo demais, sol posto.
Sem roupa, dinheiro; apenas rosto.
Nada teu. Só saudade. Apenas beijo.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Poema tirado de uma notícia de TV

Hoje pela manhã, enquanto tomava café para levar as crianças à escola,
Ouvi a notícia da morte de um homem
Que foi apartar uma briga
E levou uma facada.

Não sei por quê, mas me deu uma vontade besta de escrever um poema.
Talvez porque a morte seja uma coisa banal,
E a poesia, nada mais que uma fatalidade.

quarta-feira, 21 de março de 2012

quinta-feira, 15 de março de 2012

Comentários musicais

Há algum tempo, na série Comentários Musicais, venho tecendo notas sobre meu universo musical e suas nuances, obviamente adotando como parâmetro de definição do setlist minhas preferências por algumas bandas e estilos musicais.

Longe de querer bancar o crítico, antes curtindo esse ritmo de ouvir/compartilhar o que gosto, apresento hoje um álbum pelo qual realmente dedico apreço especial, primeiro por ter sido um dos primeiros discos de fusion que ouvi (o que me marcou deveras), segundo porque o disco é simplesmente fodástico.

O álbum se chama Extraction, e tem a participação de Greg Howe na guitarra, Victor Wooten (de quem já falei nesse blogue) no baixo e Dennis Chambers na batera. Gravado em 2003, o CD é composto de nove músicas, todas hipnóticas e cheias de energia (quem não sair tocando guitarras imaginárias pela casa é pagodeiro!).

A música que indico aqui, Extraction, é a de abertura do álbum e leva, como vosmicês perceberam, o mesmo nome do disco. Nele, não está tocando o Wooten no baixo, o que é uma pena, pois o cara toca muito. Mas o japa Tetsuo Sakurai dá conta do recado. Então, sem mais delongas, aumenta o som que isso é rock-jazz.

Theo e André, vamos tirar um cover?

quinta-feira, 1 de março de 2012

Amanhecendo na tua cama para ir trabalhar

Em ti, renasço.
De nossos corpos exaustos,
Broto
Desmedidamente agora
Nos teus braços.

Como a luz da aurora
Transbordando o espaço.

Parto.

Me acompanha
A ausência dos teus passos.

E esta rua é tão só essa ausência.

Imensa.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fogo e gelo

Autor: Robert Frost
Tradução livre: Malthus de Queiroz

Alguns dizem que o mundo vai se acabar em chamas,
   Alguns dizem em gelo.
   Pelo que provei da cama
   Fico com aqueles que preferem as chamas.
   Mas, se duas vezes deixasse de vivê-lo,
   Acho que sei o suficiente sobre ódio
   Para saber que, para destruição, gelo
   Também é ótimo
   E sem apelo.

Fire and Ice*

Some say the world will end in fire,
  Some say in ice.
  From what I've tasted of desire
  I hold with those who favor fire.
  But if it had to perish twice,
  I think I know enough of hate
  To know that for destruction ice
  Is also great
  And would suffice.

* Poema retirado do site allpoetry.com

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Correndo

Correndo,
Correndo contra o tempo
Contra a rua, contra o vento.

Correndo contra
Como se o mundo fosse contra
Como se as pessoas fossem contra.

Como se o fim de tudo
Fosse a linha de chegada.
Não quero chegar.

Corro contra o fim.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Esses dias

Esses dias andam cheios
De papéis, de contas, de procuras e respostas insatisfatórias,
Cheios de pouca vida.

Os caminhos, nesses dias, são de chuva e sol
— inutilmente chuva e sol, quando há apenas uma sala e uma máquina conectada à rede
E tão só restos de felicidade espalhados no tempo.

Neste momento, por exemplo,
Este poema é um parto obscuro
Que escondo dos meus consortes,
Mergulhados que estão nesses dias
E na anotação de seus êxitos.

Então eu lhes peço licença
— a esses dias que me desejam atarefados —
Para beber cerveja e fumar erva,
Contemplar a praia, o riso das pessoas,
Cantar um samba que nem sei.

Mas ainda isso não me evitaria máquina.

Pois nas fábricas de cerveja e nas plantações clandestinas
Esses dias andam cheios de papéis, fazem contas,
Perguntam pelos cantos sobre a hora de ir embora.

Somos, em tudo, engrenagens
Dessa imensa fábrica implacável de felicidade.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sal

Ronaldo e Valéria chegaram à praia de Boa Viagem por volta das quatro da tarde. A essa hora, quase não havia banhistas na areia, o que deixava o caminho livre para uma andada tranquila na companhia do mar. Tinham parado o carro em frente ao Edifício Portugal, um dos trechos preferidos da zona sul. Ela, blusa branca de renda, bermuda verde-jade, chapéu bege de renda fina; ele, bermuda pescador de sarja cinza, sandálias de borracha azul e camiseta azul-piscina.

A água salgada e seu balé de espumas tinham algo do movimento do infinito, passado e futuro igualmente longínquos, e ele preferia ver a tarde escurecer na praia ao tumulto dos blocos, multidão, bebedeira, suor, barulho. Desde criança, sua vida foi regida pelo ritmo manso das tardes solitárias. Cedo, o pai se ausentara, e o amor zeloso e excessivamente protetor da mãe o colocava sempre como um adorno muitíssimo delicado, desses cristais que não se quebram justamente pela falta de uso.

Acostumou-se à companhia da mãe para tudo: dedicada, ela o levava à escola, antes do trabalho, indo buscá-lo logo ao meio-dia para almoçarem juntos em algum restaurante próximo. Depois, deixava-o no reforço, para, logo em seguida, com a ajuda de uma vizinha, seguir para a natação às segundas e às quartas e ao futebol às terças e às quintas. Nas sextas, passava a tarde com a mãe, geralmente no escritório onde ela trabalhava.

Teve poucos amigos e menos amores ainda, de modo que dedicou a Valéria, seu então único grande afeto, um sentimento terno, compassivo, cheio de apegos aos menores detalhes. Acostumado com o tratamento respeitoso do escritório da mãe, vestia de formalidade os mais íntimos contatos: à mesa, quando levava sua amada para jantar em um tradicional restaurante da cidade, fazia questão de manter uma conduta inatacável, com talheres e guardanapos em seus devidos lugares.

E foi justamente por causa desse seu caráter grave que se achavam ali. Queria eternizar um momento, gravar os dias dali em diante com a memória de um amor maior do que ele próprio. Queria casar-se com Valéria, viver com ela para sempre, venerá-la nos momentos de mais ínfima existência, no banho, na cozinha, na sala, no sofá.

Fez o pedido nos moldes dos velhos filmes românticos: parou, encarou-a com firmeza, ajoelhou-se na areia, apresentou-lhe o anel de brilhante que surgia da pequena caixa aveludada, como uma flor que desabrochasse para colorir os dias de um jardim de inverno, e dela esperou que raiasse o mais belo sorriso, este que seria seu sol, seu conforto, seu desejo de vida. Ela irrompeu em lágrimas de felicidade: de sua vida, ela lhe disse, a mais doce parte estava ali, pedindo para fazer-lhe feliz. Foi o bastante para beijarem-se longa e apaixonadamente.

Separaram-se seis anos depois. Ronaldo, já um bem-sucedido diretor de uma empresa de tecnologia da informação, não resistiu aos acenos amorosos de Michelli, sua colega de trabalho. E Valéria mudou, como há de mudar o tempo os corpos.

Eu a conheci no Carnaval de 2005, dois meses depois da separação. Conversamos muito sobre tudo, bebemos, beijamo-nos. Ela me perguntou se eu já tivera um amor de carnaval. Disse que sim, uma vez. Ela brincou:

— Nenhum amor traz felicidade. É preciso ser feliz para ser feliz amando.

Dormimos juntos nessa noite. Alguns momentos são maiores que a própria vida, e eu ainda me lembro de seu doce cheiro de fruta vermelha.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Escadas

Desta sala, não há saída.
Depois da porta, só há escadas.
Uma descida, uma subida,
Outras portas e mais nada.

Na escada se esquiva,
À boca miúda falada,
O comentário da descida
Do fulano da outra quadra.

Mede-se, na escada,
A relevância das subidas:
Cicrano galgou degraus na vida
Mas beltrana continua desamparada.

E, por falar em vida,
Adeus, sala
— Ávida despedida.
Vou, que me aguardam,
Com sua alma decaída,
O pilotis e suas estradas.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Os passarinhos de Serrambi

Cantam, na sonolência da tarde, o céu rubi,
Em galhos de árvores gigantes,
Os passarinhos de Serrambi,
Seus versos distantes.

“Esses cantos são pra ti”,
Tento ser galante.
Catarina sorri.

É bom ser amante
Ao som dos passarinhos de Serrambi.

Foto: Catarina de Queiroz