quarta-feira, 27 de junho de 2012

Poema de São João


No interior, no São João,
Acendem-se fogueiras iluminadas
Uma e outra consumindo a noite
Fantasmas de luz na madrugada.

Queimam solitárias as fogueiras
Rosas de fogo nas calçadas
Soltando pétalas de faísca
No jardim do céu esfumaçado.

Famílias reunidas em cadeiras
Comungam histórias do passado
Bebe-se e come-se a noite inteira
A mesma noite dos apaixonados.

No fim da rua, numa praça,
Há um palhoção para dançar
No meio, um homem morto já não dança.
A tragédia também é parte da festança.

Assim foi um São João da minha infância
Que, distraído, dei por recordar
Longe dos vizinhos — que a intimidade
Não me deixa repartir lembranças
                                           nem um bolo de fubá.


4 comentários:

Leonardo Santana disse...

Curti. rsrs

Catarina de Queiroz disse...

Legal. Me lembra aquele São João no interior que a gente foi. Bjs

Malthus de Queiroz disse...

Valeu, Leo. Valeu, Cat. abraço e bj respectivamente.

Anônimo disse...

meu caro elementus.
eu quase choro.
no proximo.
tome um trem de preferencia de assalto que vá em direção ao
sertão.

e só desça na ultima estação
ao desembarca suba a serra
mais alta que ver á sua frente
quem sabe lá voçê encontre
SÃO JOÃO do carneirinho.
com forró pé de serra mais alegre.
se não encontrar passe lá em casa
que fica bem pertin certamente terei um milhozin na fogueira.
feliz SÃO JOÃO ELEMENTUS. forte abraço ao ALSOL.