quarta-feira, 16 de maio de 2012

Meu túmulo


E então projetei minha sombra eterna
Sob as sete mãos acolhedoras.
Não mais triste ou alegre, apenas fui
Levando trapos da canção materna.

E então fechei as portas que inadequavam
Essa matemática inconsistente.
Apenas fui. Triste, contente...
Sumido ao mapa paralelo ao mar.

Mas ouvi, no último instante, um ruído de terra
Sobre minha casa. Percebi sua grandeza.
Não física. Análoga. Encerra-se
Como eu: enorme, a guardar poeira.

Inerte. Era agora, por acaso, desejo
De mover-me. Tarde indo demais, sol posto.
Sem roupa, dinheiro; apenas rosto.
Nada teu. Só saudade. Apenas beijo.

3 comentários:

Heber Costa disse...

Muito bom, monstro. Atualize o blog! Não nos prive do seu talento, canalha.

theo disse...

o resgate do blog versão 999, também fiz isso com o meu...belo poema...

Malthus de Queiroz disse...

heheh Rochedo, monstros. Já é um honra ter leitores, quanto mais 2 pessoas inoxidáveis como vós. vou tentar vir mais por aqui. abraços